Semelhante a ave
migratória
Contemplou e até
viveu em algumas paragens
Longe do seu habitat,
D’onde em suas divagações tem recordações
Por vezes, felizes.
Viajante certamente,
Errante talvez.
Caminhou em estrada de chão,
Amou
E sentiu solidão.
Debruçado na janela da saudade ,
De lágrimas, poeira e decepção.
Levantava o olhar para o céu
Sorria...
Agradecia...
E recomeçava com os seus devaneios.
Aspirava amar e ser acariciado pelo vento
que sopra no verão do Araguaia,
Sonhava beijar um rosto macio duma colega de escola
Divagava pelas praias e espreitava na sutileza da noite
escura,
A nudez serena das
estrelas
E esperava com paciência o aparecimento da lua.
Com a cumplicidade da madrugada,
Que oculta os mais loucos desejos
Dos enamorados pela vida,
Lembrava do seu primeiro amor.