Vida e Versos
Este livro reúne contos e poesias inspirados na vivência do autor às margens do Rio Araguaia. Seu conteúdo traz à reflexão de quem lê um misto de contemplação do belo e o mergulho nas águas de um Rio muito importante para o sul do Estado do Pará. Vale a pena adquiri-lo, pois na linguagem que o autor faz uso, pode-se notar seu grande amor ao rio e também a arte de viver.
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
sábado, 22 de novembro de 2014
VIDA DE POETA
Toda vez ao se deitar,
Depois de caminhar
Pelas estradas de suas buscas,
Certo poeta
Passava horas intermináveis
Olhando para as suas sandálias.
Em sua meditação
Via-se no topo da existência
E do prazer inconfessável,
Por ter trilhado caminhos pouco conhecidos
De sua tempestuosa realidade.
Após infindáveis interrogações,
Suas sandálias empoeiradas das ruas de areão
Permaneciam inanimadas,
Contudo, seus pés fervilhavam de tanto andar,
Ou correr para chegar cedo à casa
Antes que sua mãe notasse sua ausência.
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
DIVAGAÇÕES
Semelhante a ave
migratória
Contemplou e até
viveu em algumas paragens
Longe do seu habitat,
D’onde em suas divagações tem recordações
Por vezes, felizes.
Viajante certamente,
Errante talvez.
Caminhou em estrada de chão,
Amou
E sentiu solidão.
Debruçado na janela da saudade ,
De lágrimas, poeira e decepção.
Levantava o olhar para o céu
Sorria...
Agradecia...
E recomeçava com os seus devaneios.
Aspirava amar e ser acariciado pelo vento
que sopra no verão do Araguaia,
Sonhava beijar um rosto macio duma colega de escola
Divagava pelas praias e espreitava na sutileza da noite
escura,
A nudez serena das
estrelas
E esperava com paciência o aparecimento da lua.
Com a cumplicidade da madrugada,
Que oculta os mais loucos desejos
Dos enamorados pela vida,
Lembrava do seu primeiro amor.
sábado, 30 de agosto de 2014
BUSCA
Em uma manhã de verão
O sol dividia o seu brilho com a vida
E aquecia as flores dos jardins da terra.
Meu olhar vagava
Pela natureza urbana
ouvindo o canto dos pardais
que nos recantos da cidade edificada
à beira de um rio,
ensaiavam a sinfonia cotidiana.
Em meio à vagação temporal,
Um ser de singular significância,
Procurava no ar
Aquela que rompe-se nua
E em seguida veste os farrapos da covardia.
Subitamente a
nutrição celestial invade a sua alma,
Aflorando a fé que estava escondida no seu profundo existir.
Percebendo-se cruamente em si, grita...!
Loucamente... arrependido de ter duvidado,
Mas ninguém o ouve.
Já não existe em sua própria busca.
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
SILÊNCIO
Não existe
solidão
No meu
momento presente,
Agora é
silêncio.
O silêncio
dos amigos,
Do lar
Do trabalho
Do dia.
O silêncio
mais fustigante
É o do sono
Pois até a
noite silencia
além do que deveria
Pra eu
dormir...
Se assim não fizer
Não durmo!
Pois tudo em
mim está inquieto.
O silêncio
é tão massacrante
Que não
consigo lembrar
Da cantiga
dos banzeiros da minha meninice.
A única
lembrança
Que o sossego
que hoje tenho
Não apagou
Foi a das brancas
areias
Da praia de minha infância
Que Cantavam
aos meus pés
Ao correr
atrás das gaivotas.
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