segunda-feira, 21 de julho de 2014

NOSTALGIA DE DOMINGO


Ouvindo um entoar de viola,
Num domingo a noite,
Quem está fora de sua casa materna
Sente-se vivo lembrando do café torrado no quintal
E moído em cima da mesa da cozinha;


Ouvindo o rádio de pilha como único divertimento
E meio de informação para quem mora
Naquelas bandas do Pará;
Lá, Onde o sol é forte e o vento balança as árvores
da frente da igreja.

Nos olhos de uma moça,
reflete uma vida meiga
E pensa em namorar a meiguice do seu olhar.

Na pureza da melodia
Que encanta o homem simples e sonhador
O cantador vive
Embriagando o nosso ouvir
Que vem do mais profundo de nossa alma.

Ainda ficando no ócio metropolitano
Dentro de um apartamento como agregado
Sem ter para onde ir
Num dia de domingo, há vida sublimada.

No espaço pequeno de estar só
A fumaça do cigarro e os lírios imaginados
Na leitura passada,
Sintetiza a carência de afago.

As mãos jovens tremulam
Em direção ao cinzeiro,
Em atos repetitivos e faceiros gestos enganosos
Com a esperança de ser bem querido
Pela moça dos olhos bonitos..

O avançar da noite se aproxima
Da segunda feira
De acordar cedo,
Esquecer o sentimento
E lembrar que em tudo há vida,
Até na melodia noturna dos grilos
Que ouço para dormir.

(Livro Vida & Versos, EDMILSON BARBOSA)

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