quarta-feira, 30 de julho de 2014

BILHETE DE AMOR



No regresso ao nascedouro dos sentimentos
De um namoro
Aflorado em ardis desencontros,
Encontra alguém
Que o  alerta  para os sinais da  obsessão
À que se entrega..

No reflexo do retrovisor
Das suas lembranças,
Vê a imagem de desleixo
Com a fé
Com a vida
E consigo.

Não sente mais
A brisa rasteira  de maio
Vinda do outro lado do rio
Que  sentia todos os dias
De todos os meses.

O   reluzir da lua
Já não o via 
e esquecia
Até  de dar bom dia ao sol.

Quão egoísta é o homem!
Quer ser amado e implora por atenção de seus  iguais,
Mas, se lhe pedem um olhar fraterno
Ignora a essência do existir
Naturalmente sem remorso algum.

Perceber a inércia do amor próprio
É como planta que recebe visita da chuva
Em período de seca;
É lembrar de passarinhos observados na infância,
E querer viver mais um amor de adolescência.


As paixões adultas
Não satisfazem os idos tempos
Dos primeiros versos
Compostos e escritos nas folhas do caderno de caligrafia,
Tudo agora é sem fantasias, sem sonhos
e sem bilhete de amor...
E a solidão  lhe rouba  a respiração.

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